21 de fevereiro de 2011

Faltam formados em engenharia no país, diz federação

Mais de 100 mil alunos entram na carreira, mas só 30 mil se formam por ano

Da Agência Brasil


Pode faltar mão de obra especializada em engenharia no Brasil para preparar a Copa do Mundo de 2014, disse o presidente da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), Murilo Pinheiro. 


Pinheiro afirmou que, se não for feito um trabalho junto aos estudantes e universidades, a falta de profissionais qualificados pode acabar provocando uma paralisação no desenvolvimento brasileiro

- Você vai ter que importar profissional. E nós somos totalmente contra

O presidente da FNE ressaltou que o Brasil tem muita qualidade (profissionais competentes) no setor de engenharia e, por isso, muitos profissionais acabam sendo contratados para trabalhar no exterior: 

- Temos que estar cada vez mais aperfeiçoando o nosso profissional, para que ele atue aqui dentro do país

Com o objetivo de tornar a engenharia uma profissão que atraia um número maior de jovens, a federação elaborou um material de divulgação que foi distribuído a estudantes do segundo grau. 

A meta é ampliar o número de graduados na carreira, de acordo com Pinheiro: 

- Nós estamos fazendo um trabalho para que tenha mais formandos. Nós entendemos que tem que duplicar o número de formandos nos próximos cinco anos

Isso significaria elevar para 60 mil o número de graduados por ano em engenharia no Brasil até 2014. 

Segundo Pinheiro, a ampliação do número de profissionais especializados vai garantir o acompanhamento do desenvolvimento do país, "o crescimento que nós estamos projetando", afirmou. 

Nas décadas de 70 e 80, a carreira de engenharia disputava com a de medicina a preferência dos vestibulandos no país

- Tivemos 20 anos de estagnação. Isso fez com que os engenheiros migrassem para outras áreas, como a de finanças. 

A nova fase de desenvolvimento por que passa o Brasil reforça a necessidade de mais engenheiros, diz Pinheiro. 

Ele acredita que o estímulo à valorização da profissão de engenheiro pode provocar uma mudança positiva no setor. 

Outro sinal favorável, segundo o presidente da FNE, é que o Ministério da Educação estaria pensando em abrir novas universidades de engenharia, aumentando o número de vagas oferecidas. 

- A tendência é de crescimento desse número. É preciso que os alunos que estão entrando [na universidade] se esforcem para sair [concluir o curso] e haja uma guinada em toda essa questão da engenharia. 

De acordo com dados da FNE, mais de 100 mil alunos entram nos cursos de nível superior de engenharia, mas apenas 30 mil se formam a cada ano. 

O aumento do contingente de engenheiros qualificados atenderá ainda às Olimpíadas de 2016, à exploração do petróleo na camada pré-sal e às obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). 

Murilo Pinheiro estimou que existam atualmente no Brasil cerca de 500 mil engenheiros na ativa: 

- É [um número] muito pequeno para a demanda.

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